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quarta-feira, outubro 25, 2006

7 compassos e meio de pausa

discutíamos, como vem se tornando costumeiro, a respeito da chegada de uma certa maturidade; concluindo que a maturidade vem se manifestando, mesmo que à contragosto, na chamada "dose perfeita", ou numa espécie de equilíbrio: um nível de doideira, combinado com a manutenção de um nível de bom senso, que culmina na ausência de micos memoráveis e de ressacas homéricas. quer dizer, lógico que ainda passamos da conta! mas isso vem se tornando cada vez menos frequente.

ultimamente, a "dose perfeita" de silêncio tem parecido - ao menos para a minha tagarelice habitual - uma dose bem grande e generosa.

no melhor espírito "pra não voltar lesma na próxima encarnação": ficar calada é a maior gentileza que posso fazer por algumas pessoas nesse momento.

segunda-feira, outubro 23, 2006

Entre teses e tesões!

Nunca me esqueci das sobrancelhas peludas do padre para quem me confessei antes da primeira comunhão. Eu, com medo, me esforçando para lembrar de algum pecado e ele, com pensando só na festa que haveria depois, me liberou sem que eu dissesse nada. Foi aí que eu deixei de acreditar...

E com o tempo, fui deixando de acreditar em outras pessoas. Deste inferno de profissionais especializados, que gerou seres com teses sobre os diferentes tamanhos dos buracos das agulhas, tendo seus estudos pagos durante anos por governos incompetentes - dessa forma papéis inúteis e sem valor passam a receber algum respaldo.

E eu, orgulhoso de fazer parte de tudo isso, defenderei minha tese de mestrado como um ator bem comportado durante toda a encenação, sempre com a perfeita consciência de que tudo não passa de uma farsa. E que se foda o orgulho enorme de fazer parte de tudo disso! E que tudo vá às favas!


Data da encenação: 25 de outubro de 2006.
Horário: 10 horas.
Local: no Auditório do NEXEM - CT/UFES.

sexta-feira, outubro 13, 2006

abala!

conselho de amigo, esse: "abala!"

parece que as tentativas de manter-se blasé começaram a falhar pros coleguinhas de lama tb, né? pois é, na disputa pelo "troféu piranha do banheiro 2006" tudo pode acontecer, até o inesperado fato de alguém abalar o seu mundinho egoísta, devasso e deliciosamente divertido e descomplicado - no meu caso, nem tão descomplicado assim, senão eu deixaria de ser eu.

da cadeira confortável de diretor, "calling the shots", vc flagra aquele sorrisinho besta nos lábios e se dá conta, com muito assombro, de que está sendo dirigido. a boa notícia: a essa altura do campeonato (e da disputa pelo troféu), alguém ainda te arranca suspiros e sorrisos involuntários. a notícia péssima: a essa altura, isso parece extremamente perigoso e ameaçador.

aí vem alex e grita: "abala!" e eu me pego considerando a possibilidade. o que aconteceria se... ? como eu me sentiria a respeito de... ? o que vai acontecer comigo depois que... ? perguntas que já são, sozinhas, um tremor de alguns pontos na escala richter do mundinho fechadinho em si.

por dois dias, alex, pensei nesse "abala!" e pendi pro lado. foi o suficiente pra descobrir que do lado havia alguém mais apavorado que eu.

refaz o muro que a fila anda! e hoje é sexta-feira! e a busca pelo troféu continua! aperta o botão vermelho h.!!!!!!

quarta-feira, outubro 11, 2006

Toma!

Aos marinheiros de primeira viagem, tenho que dar um conselho: em casinhos amororsos, nem sempre ser blasé dá certo.

Estava eu com um peguete - nomes, nesse boteco, são dispensáveis - dando uma de difícil, dizendo, mais uma vez, que aquilo tudo era um grande passatempo, quando ele retrucou, com um singelo elogio:

(peguete): Acho que você gostou da última vez que saiu comigo.Você estava com uma carinha linda. Um sorriso de orelha a orelha e os olhos apertados.
(eu): Eu sou uma atriz, meu bem.
(peguete): É, mas eu sou o diretor.

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